Montagem do Megasquirt II - I/O

Depois de montar toda a parte de comunicação serial e o gerador de clock do processador, carregar o código e testar, o próximo passo é a montagem dos circuitos que recebem as entradas dos sensores.

Nesta fase existem algumas opções, variando os circuitos montados de acordo com as escolhas. A principal é a fonte do sinal de rotação do motor ( tach ). Vou utilizar a saida da bobina de pulso da moto, que gera um sinal alternado, e que é lido por um circuito sensor conhecido como “variable reluctor sensor” ( VR ). Outras opções são a utilização do circuito capaz de receber um sinal “quadrado”, como o gerado pelos módulos de ignição ( CDIs ) e por outros sensores de rotação como sensores Hall e opticos, e um outro circuito capaz de receber o sinal direto do polo negativo da bobina.

TACHSELECT - VRIN

A escolha de qual dos circuitos utilizar e feita através de jumpers. Com este acima estou direcionando o pino de entrada do sinal no plug DB37 para a entrada do circuito VR ( VRIN ).

VROUT - TSEL

E com este outro jumper acima estou direcionando a saida do circuito VR para o pino de entrada do sinal de rotação no processador. Montados os componentes deste e outros sensores ( temperatura do ar - IAT, temperatura da água - CLT, pressão no coletor - MAP, sonda Lambda - EGO ) o resultado é esse:

Testes de input

Pelo MegaTune ja posso ver os valores dos sensores simulados pelo Stimulator - somente o sensor MAP exibe o valor real da pressão atmosférica local.

Valores simulados no MegaTune

Agora sim da pra ver o funcionamento do módulo. Variando os valores através dos potenciometros do Stimulator da pra ver a reação do programa. Por exemplo, girando o potenciometro do TPS ( throttle positioin sensor ) rapidamente, simulando uma aceleração rápida, da pra ver o indicador de enriquecimento para aceleração acendendo. Simulando-se uma desaceleração brusca da pra ver o indicador do “cut-off” acendendo. Variando a temperatura do liquido refrigerante ( pretendo colocar este sensor no reservatório de óleo ) da pra ver o indicador do “afogador” ( que enriquece a mistura com o motor frio ).

Como previsto no manual, a medida da rotação é muito instável abaixo de 1500 RPM e acima de 6000. Isto porque o stimulator gera uma onda quadrada, ideal para leitura com o circuito OPTO/Hall, e não com o VR. Mas no intervalo 1500-6000 RPM ela funciona legal e da pra ver que o circuito de entrada ta funcionando, apesar de eu ainda estar achando que as pernas daqueles transistores estão todas coladas.

Variando-se a rotação da pra ver o medidor de avanço da ignição variando até os 36 graus. Bom foi que eu descobri outro dia, nos apêndices do manual de serviço da Ténéré, um pequeno gráfico da curva de avanço do CDI original dela. Perfeito !

Hora de desligar tudo, retirar o processador, e montar os componentes dos circuitos de saida. E hora de mais escolhas.

Para o controle da ignição ( que pretendo deixar a cargo do MegaSquirt também, substituindo o CDI original ) devem ser utilizados circuitos diferentes para enviar o sinal de ignição para dispositivos diferentes. No meu caso irei utilizar o circuito de alta corrente ( high current ignition circuit ), designado como IGBT, para enviar o sinal diretamente para a bobina.

IGBTOUT - IGN

Com o jumper acima estou direcionando a saida do circuito de alta corrente ( IGBTOUT ) para o pino do conector DB37 que vai ser conectado à bobina. Guardei para o final da montagem a ligação do outro jumper, ligando o pino do sinal de ignição do processador ( JS10 ) à entrada do circuito de alta corrente para ignição ( IGBTIN, visível na foto acima ). Isto porque o JS10 fica longe do IGBTIN, e é necessária a utilização de um fio, atravessando metade da placa, para ligar os dois pontos, e o fio vai atrapalhar a soldagem dos outros componentes que ainda seriam instalados.

LEDS

Por ultimo, ja com a placa instalada na caixa de aluminio, são instalados os LEDS, que indicam o acionamento dos bicos injetores, o enriquecimento da mistura com o motor frio, e o enriquecimento na aceleração.

Tudo no lugar

Todos os componentes soldados, placa no lugar, hora de colocar o processador no lugar de onde ele nunca mais deve sair, e realizar os testes dos atuadores. O resultado então é esse:

LED dos injetores acesso

Foi foda tirar essa foto, mas consegui pegar o LED indicador do acionamento dos bicos injetores aceso. Com apenas um banco de injetores como esta configurado agora ele fica piscando no ritmo da rotação do motor.

Falando em injetores, o carburador da Ténéré é de corpo duplo, então estou tentando seguir o mesmo desenho com a injeção. O TBI, que um amigo esta construindo pra mim em aluminio a partir de um desenho meu, é composto por dois “tubos”, com duas borboletas, e dois bicos injetores. Pretendo instalar cada um dos bicos em um dos bancos de injetores para que a corrente em cada um dos circuitos que os controlam seja menor, reduzindo o aquecimento e com isso os riscos de falha. Ainda tenho que verificar as configurações necessárias para que eles disparem juntos.

LED da bomba de combustível no Stimulator

Nessa foto só da pra ver o LED do acionamento da bomba de combustível aceso, mas os outros ( IG e I1 ) piscavam corretamente indicando o acionamento da ignição e do banco 1 de injetores.

MSII montado !

E é isso. Tudo montado, aguardando os testes com os sensores e atuadores reais.

Com a caixa fechada, fui dar uma olhada em onde ela vai ficar na moto ( um problema que evitei enfrentar até agora ), e percebi que a caixa de ferramentas, que eu tinha pensado em usar a priori, não cabe nem o módulo sozinho, que o diga o conector DB37, cabo e tal… Ainda vou bater um pouco de cabeça com isso.

MSII fechado